quinta-feira, 19 de julho de 2012

SEXO NO ESCRITÓRIO



Uma revista colombiana intitulada DINERO fez uma pesquisa sobre o comportamento sexual dos nossos vizinhos colombianos no seu local de trabalho. Os resultados são incríveis.
Uma em cada 4 dizem que conhecem alguém que utilizou o sexo como instrumento para obter uma melhor posição no local de trabalho. Uma em cada 7 mulheres disseram ter sido, em algum momento, assediada sexualmente.
Definitivamente, não podemos supor que conhecemos as pessoas que nos rodeiam. A princípio, o comportamento sexual faz parte da vida privada de cada um e cada qual é livre para fazer o que deseja com esses assuntos. Entretanto, a regra se rompe quando os âmbitos das relações sexuais e o trabalho se cruzam; ali se abre um território ambíguo e espinhoso, onde a liberdade individual se restringe. As empresas têm um interesse legítimo em entender o comportamento sexual de seus trabalhadores, pois este pode influir sobre o bem estar da maioria.
O tema faz parte do cotidiano, mas a informação sobre sua incidência é extraordinariamente escassa. A revista DINERO e INVAMER GALLUP realizaram uma pesquisa entre 800 pessoas (400 mulheres e 400 homens), em toda a Colômbia, sobre como vivem a sexualidade no local de trabalho. Os resultados foram surpreendentes.
Esta é uma dimensão importante dentro do complexo e oscilante mercado de trabalho no país, onde há uma crescente presença de mulheres em trajetórias profissionais de alto potencial e onde as relações de poder entre as pessoas se transformam rapidamente devido às mudanças aceleradas na competência. Neste contexto, o sexo não é realmente um tema privado.
Vale relembrar os encontros na Sala Oval, da Casa branca - EUA, entre Bill Clinton e sua estagiária Mônica Lewinsky até os extraordinários aumentos salariais que recebeu Shaha Ali Riza no Banco Mundial enquanto mantinha uma relação íntima com o diretor do Banco, Paul Wolfowitz - que renunciou ao cargo -, são muitos os exemplos que mostram o tamanho do estrago que o tema pode chegar a ter.
Não surpreende que o escritório seja um terreno propício para o desenvolvimento de relações do tipo sexual. De fato, o lugar onde as pessoas gastam a maior quantidade do seu tempo e ali se envolvem permanentemente em situação de alto conteúdo emocional com outras pessoas. As relações de trabalho, facilmente, podem levar ao desenvolvimento de atração sexual.
A sexóloga Flávia dos Santos explica que, apesar de ser um assunto tabu num país como a Colômbia, o natural é que o sexo esteja presente na vida de qualquer pessoa. É impossível que alguém separe sua sexualidade da hora de trabalhar. Duas pessoas comprometidas com um projeto podem passar muito tempo juntos e converter praticamente em um casamento, ao compartilhar sucessos e fracassos. "Ali podem surgir sentimentos como a admiração, que é a base da paixão", afirma Flávia.
Segundo a pesquisa, 14% dos entrevistados tiveram relações sexuais com algum companheiro de trabalho. Isto coincide com a experiência em outros países. Foi feito uma sondagem num site sobre temas laborais, Glasdoor.com, um em cada dez trabalhadores afirmou ter feito sexo no seu local de trabalho. O The Wall Street Journal, por sua vez, realizou uma pesquisa, em 2008, e afirmou que 40% dos entrevistados haviam tido encontros românticos com companheiros de trabalho.
As relações românticas e sexuais que surgem a partir das relações de trabalho ocorrem todo tempo. Entretanto, a expectativa para a maioria dos encontros sexuais de escritório, não tem um fim de conto de fadas. De fato, a pesquisa de Dinero e Invamer Gallup mostra que quase uma de cada quatro pessoas que tiveram um affair no ambiente de trabalho tiveram que renunciar por este ato. Ademais, 27% dos entrevistados afirmam que, se dependessem deles, despediriam a quem descobrissem tendo relações sexuais com algum companheiro. Embora saibam que pessoas se envolvam com certa frequência em relações sexuais no trabalho, o clima de opinião sobre o tema não é muito positivo
O esclarecimento sobre o assunto, a informação objetiva são algumas condições para enfrentar a ambiguidade frente ao tema. Como afirma a sexóloga Flávia dos Santos, “a política implícita nas empresas é proibir as relações entre as pessoas. Por quê? Porque o sexo nos assuntos de trabalho tem a ver com as relações de poder, dinheiro e até benefícios para alguns dos envolvidos. É necessário muito amadurecimento para que uma relação não termine interferindo no trabalho, para que não seja uma arma ou não seja um peso para o cotidiano dos trabalhadores”. As empresas devem assumir o tema em toda sua complexidade e criar uma forma onde os empregados possam falar com sinceridade sobre estes assuntos quando o considerem necessário.
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