Quando um povo começa a pensar seu presente e a discutir seu futuro, o sistema dominativo se põe a tremer: é um sintoma claro de que vem grandes mudanças na sociedade. Infelizmente nosso país está longe disso.
Os brasileiros poderiam começar a refletir. Começar a olhar cara-a-cara a sua realidade, sem intermediários nem vendedores de espelhismos. Basta que sejamos uma maioria categórica e organizada, não caindo no encanto do cartão de crédito e escapando da ditadura ideológica dos comerciais de televisão e da internet.
O grande artifício para esta mudança - que não temos o costume de fazer - são os protestos sociais. A humilhação e a dor acumulados durante anos que se expressa dramaticamente no calvário que é os consultórios, hospitais e clínicas, incapazes - por mais esforços que façam "alguns" funcionários - em dar atenção à saúde que necessitam as crianças e os idosos, por exemplo. Assim também ocorre com as humilhantes condições do transporte público -“as pessoas são tratadas como animais”. Protestar por melhores salários, para acabar com a desigualdade social, é uma luta incessante. Os sindicatos, entretanto, estão inanes em recuperar a identidade lutadora que leva adiante um povo.
Os protestos sociais necessitam mostrar, também, mais força para impor suas exigências, que podem resumir em "mais democracia e mais igualdade", um jargão que todos escutamos mas que não vemos resultados. Revelam também um processo de amadurecimento coletivo.
Somos um país quebrado pela desigualdade, onde a classe dominante se atrincheira em seus privilégios mediante uma densa rede em que a mercantilização das relações sociais está garantida por instrumentos de coerção do Estado.
Portanto, já é tarde para "comprar" a paz social que necessita a exploração capitalista. A crise do sistema seguirá avançando porque não tem solução nos estreitos marcos do Estado atual.
E assim segue o Brasil: sem pensadores!!!
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